LP 1 – CUIDADO DE ENFERMAGEM PARA OS GRUPOS HUMANOS

Desenvolvimento de estudos sobre o processo de enfermagem nos cenários de prática para o cuidado de indivíduos, famílias e comunidades.

PROJETO 1 – Cuidado de Enfermagem a Adultos e Idosos

Este projeto investiga o cuidado de enfermagem direcionado a adultos e idosos, refletindo a crescente importância desse tema em face do envelhecimento populacional no Brasil e no mundo. Internacionalmente, políticas voltadas para o cuidado integral são prioridade, com destaque para a Estratégia do Envelhecimento Saudável, que busca promover qualidade de vida e longevidade em saúde. Este enfoque está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente no que se refere ao ODS 3, que visa assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar em todas as fases da vida. Em um contexto global marcado por pandemias, mudanças climáticas, desigualdade social e crises econômicas, a saúde enfrenta múltiplos desafios, dentre os quais destacam-se o aumento da prevalência de doenças crônicas e a necessidade de sistemas de saúde mais resilientes. Por isso, o desenvolvimento e a implementação de tecnologias de saúde para o cuidado de adultos e idosos são fundamentais para prevenção de doenças, tratamento, reabilitação e promoção de estilos de vida saudáveis. Serão realizados estudos qualitativos, quantitativos e mistos, tanto pré-clínicos (ensaios laboratoriais in vitro e in vivo, com foco no desenvolvimento de produtos com potencial para utilização para adultos e idosos), clínicos (em seres humanos) e aplicados (ciência da implementação). Os indicadores prioritários serão qualidade de vida, adesão ao tratamento, autocuidado, tempo de internação, complicações, entre outros desfechos clínicos. Pode-se dizer, com isso, que o projeto articula o desenvolvimento, transferência e implementação de tecnologias de saúde destinadas aos cuidados de enfermagem a adultos e idosos, contribuindo para um atendimento eficaz e humanizado. Adicionalmente, busca desenvolver pesquisas que fomentem iniciativas com potencial de inovação em diversas áreas. Entre essas perspectivas, destacam-se estudos com modelos assistenciais que otimizem a prática do cuidado e fortaleçam a atenção à saúde nos diferentes níveis de complexidade. O projeto também inclui o desenvolvimento de cenários de prática em simulação, possibilitando o treinamento de profissionais, pacientes e familiares em situações realísticas, com foco em prevenção, tratamento e reabilitação. A gamificação será utilizada como ferramenta de educação em saúde e estímulo ao autocuidado, promovendo maior engajamento dos pacientes em sua própria saúde. O uso da impressão 3D será explorado na criação de modelos anatômicos, dispositivos educacionais e assistenciais, ampliando as possibilidades de ensino, cuidado e reabilitação. Além disso, o projeto abarca o desenvolvimento de produtos inovadores, como softwares voltados para o monitoramento de indicadores de saúde, adesão ao tratamento, planejamento de cuidados e gestão de processos assistenciais, integrando tecnologias digitais ao cuidado de enfermagem. A biosegurança será um princípio central do projeto, assegurando que todas as intervenções, tecnologias e processos envolvidos no cuidado de adultos e idosos respeitem as normas e diretrizes de segurança para profissionais e pacientes. A adoção de práticas rigorosas de controle de infecções, manuseio de equipamentos e gestão de riscos será fundamental para garantir a integridade física e emocional de todos os envolvidos. O projeto também abordará a qualidade do atendimento, com foco na melhoria contínua dos processos assistenciais. Isso incluirá a implementação de protocolos de cuidado baseados nas melhores evidências científicas e a constante avaliação da experiência do paciente, garantindo que as práticas adotadas sejam eficazes, seguras e humanizadas. A segurança do paciente será uma prioridade, com a criação de sistemas de monitoramento e feedback que assegurem que os cuidados prestados estejam sempre alinhados às melhores práticas e padrões de qualidade. Entre as perspectivas do projeto, destacam-se a adoção de novas abordagens de pesquisa em enfermagem, a proposição de diretrizes que integrem o cuidado de enfermagem às políticas públicas e a mobilização de recursos técnicos, sociais e econômicos para implementar tecnologias que otimizem a atenção à saúde. O projeto também se propõe a normatizar procedimentos e realizar treinamentos para profissionais de saúde, pacientes e familiares, assegurando conformidade com as políticas públicas e a implementação das melhores evidências científicas disponíveis na prática assistencial. Para isso, são previstas iniciativas que viabilizem o monitoramento de indicadores de programas de saúde, promovendo melhorias contínuas. Por fim, busca fortalecer a prática profissional em enfermagem, adaptando-a às novas demandas sociais da atualidade. Esses horizontes visam aprimorar a qualidade do cuidado prestado, fomentar um ambiente de inovação contínua e garantir que todas as etapas do cuidado – prevenção, tratamento, reabilitação e promoção da saúde – sejam realizadas de maneira integrada e centrada nos grupos humanos atendidos. Este projeto contribui para um sistema de saúde mais eficiente, resiliente e humano, alinhado aos princípios e diretrizes do SUS e às demandas contemporâneas de saúde pública, promovendo o desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras que integrem ciência, educação, prática assistencial, biosegurança, qualidade e segurança no atendimento.

Docentes:

1. Ana Carla Dantas Cavalcanti
2. Fátima Helena do Espírito Santo
3. Fernanda Maria Vieira Pereira Ávila
4. Fernanda Soares Peçanha
5. Silvia Maria de Sá Basílio Lins
6. Karinne Cristinne da Silva Cunha (colaboradora)

PROJETO 2 – Cuidado de Enfermagem  em Saúde da Mulher e da Criança

Com o objetivo de elaborar formas e estratégias de intervenção e de cuidados de enfermagem na saúde da mulher, criança e adolescente, nos níveis primário, secundário e terciário de saúde. Este projeto desenvolve pesquisas qualitativas, quantitativas e métodos mistos abrangendo a prevenção, promoção e intervenções na  saúde das mulheres, crianças e adolescentes e suas famílias e as repercussões desses eventos em suas vidas. Este projeto terá como base a perspectiva da epidemiologia, do planejamento do serviço, das políticas públicas, com análises crítico-reflexivas sobre a produção de conhecimento e a incorporação de novos conceitos/estratégias/modos de cuidar na área da saúde a partir da implementação de tecnologias efetivas para qualificar e potencializar a assistência de enfermagem. O projeto  articula o desenvolvimento, transferência e implementação de tecnologias do cuidado de enfermagem, contribuindo para um atendimento eficaz e humanizado, além de formar profissionais capazes de enfrentar os problemas frequentes na saúde da mulher, criança e adolescente com capacidade de protagonizar a produção crítica de conhecimento e práticas  inovadoras para o SUS. A difusão do conhecimento é fomentada a partir da parceria com as unidades de saúde, núcleos de pesquisa, conselhos federal e regionais com o intuito de promover, de modo articulado, ações de formação, prática e regulação aos profissionais de enfermagem. Esses estudos visam, portanto, elaborar e validar diferentes veículos e estratégias de intervenção e de serviço assistencial de enfermagem, considerando o paciente e também a rede de cuidadores/familiares. Com o foco na qualidade e segurança da assistência de enfermagem na área de saúde, reafirmamos em nossas práticas o compromisso ético e legal do profissional de enfermagem, fundamentando nossos estudos em evidências científicas e com base na humanização do atendimento. O projeto em tela almeja ampliar a força de trabalho da enfermagem em saúde da mulher, criança e adolescente no Sistema Único de Saúde a partir inovações tecnológicas para a formação, prática e regulação, que terão como meta a diminuição do número de casos de doenças e agravos e a melhoria das condições da saúde do público alvo, atendendo aos Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – agenda 2030.

PROJETO 3 – Cuidado de Enfermagem nas Especialidades

Este projeto agrega investigações acerca do processo de enfermagem para diferentes grupos humanos em situações clínicas específicas (cardiovasculares e dermatológicas) e cirúrgicas no contexto perioperatório (cirurgias gerais, cardiológicas, traumatológicas e ortopédicas). A doença cardiovascular (DCV) é uma epidemia global que impacta em aumento dos custos diretos e indiretos à saúde pública brasileira e sendo uma das causas líderes de internação e mortalidade no SUS por agravos não transmissíveis. Considerando que a faixa etária de acometimento da DCV corresponde cada vez mais a idade produtiva, gera aposentadorias precoces, maior custo social, redução da qualidade de vida, fragilidade e reinternações frequentes em até seis meses. Por este motivo, tal condição está no escopo de prioridade das agendas globais sanitárias e do Ministério da Saúde no contexto da jornada do paciente desde a prevenção até a reabilitação e cuidados paliativos.No que se refere às situações clínicas relacionadas à dermatologia, dados epidemiológicos demonstram que os agravos dermatológicos representam um dos grandes problemas de saúde pública no Brasil, sendo uma das principais demandas em consultas ambulatoriais, em serviços públicos e privados, havendo comprovado déficit entre as necessidades de população e disponibilidade de tais serviços. Com as significativas mudanças no perfil da população brasileira, constata-se uma profunda reorganização do sistema de saúde, exigindo-se a criação de centros especializados voltados para a promoção da saúde da pele nas diferentes fases do ciclo vital, com destaque para prevenção de lesões preveníveis, a exemplo das lesões por pressão, lesões por fricção. Entre as diversas afecções dermatológicas, destacam-se as de origem infecciosa como impetigo, escabiose, erisipela, e o preocupante aumento epidemiológico da hanseníase no Brasil; doenças crônicas, como psoríase e dermatite atópica; doenças raras e negligenciadas como as dermatoses imunobolhosas, epidermólise bolhosa e ictiose, todas trazem repercussões clínicas, emocionais e sociais. Nesse contexto, urge a necessidade da reorganização dos modelos tradicionais de atenção, na busca de uma atenção integral, multiprofissional e interdisciplinar, na qual o enfermeiro tem papel fundamental. Quanto aos tratamentos cirúrgicos, representam uma significativa parcela dos procedimentos realizados em instituições de saúde em todo o mundo. Sua epidemiologia varia conforme o tipo de procedimento, a região e a população. Lesões ortopédicas e traumáticas são comuns em todas as idades, mas fatores específicos, como o envelhecimento populacional, acidentes automobilísticos, quedas e atividades esportivas contribuem significativamente para a incidência de osteoartrites, fraturas e lesões traumáticas. Isto contribui para o aumento da incidência de cirurgias ortopédicas e traumatológicas em todo o mundo, o que representa uma alta carga econômica e social, exigindo recursos significativos para tratamento e reabilitação. Tal preocupação se reflete na inserção da temática na agenda nacional de prioridades de pesquisa do ministério da saúde, bem como se insere nos objetivos de desenvolvimento sustentável 3 (saúde e bem-estar) e 11 (cidades e comunidades sustentáveis). As cirurgias gerais, por sua vez, abrangem um amplo espectro de procedimentos e, consequentemente, a diversidade de condições clínicas que exigem tais intervenções. O manejo perioperatório cuidadoso otimiza os resultados e minimiza complicações. A dor crônica, infecções, a limitação de movimentos, e a perda de funcionalidade podem resultar em incapacidade prolongada, afetando a capacidade de trabalhar, realizar atividades diárias, e participar de atividades sociais. A reabilitação adequada auxilia a recuperação funcional e a manutenção da independência, sendo fundamental para garantir a retomada das atividades de vida diárias e a manutenção da independência funcional dos pacientes. Trata-se de um desafio alcançar os melhores resultados perioperatórios, apesar do acesso desigual aos serviços de saúde. Em países em desenvolvimento, a falta de infraestrutura e de profissionais qualificados pode levar a taxas mais altas de complicações e mortalidade. Iniciativas globais para padronizar protocolos perioperatórios e melhorar o desenvolvimento técnico-científico são essenciais para reduzir essas disparidades e melhorar a saúde. A meta do Projeto 3 da Linha A é o favorecimento da implementação de produtos e processos que impactem positivamente em resultados de saúde de diferentes grupos humanos com distúrbios clínicos e cirúrgicos, reduzindo o tempo de hospitalização, com vistas ao retorno mais rápido do paciente às suas atividades cotidianas. Objetiva-se também melhorar os indicadores clínicos de saúde, por meio de processos de melhoria de registros de enfermeiros, temáticas relacionadas às metas de segurança do paciente, incluindo identificação correta, comunicação efetiva, segurança nos processos medicamentosos, cirurgia segura, prevenção de infecções relacionadas à assistência à saúde, risco de queda e risco de lesão por pressão, manejo da dor, conhecimento acerca do processo saúde-doença, promoção do conforto, adaptação, autocuidado e qualidade de vida. Essas metas têm o potencial de redução de custos hospitalares, qualificação de profissionais do sistema público de saúde e melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e da segurança do paciente. Assim, os estudos contemplados nesta linha de pesquisa buscam desenvolver protocolos e implementar a ciência na prática clínica. Almeja-se com isso a melhoria de resultados de saúde relacionados às ações de intervenção realizadas por profissionais de enfermagem mediante estudos metodológicos que tenham como foco o desenvolvimento, a transferência e a implementação de técnicas e tecnologias em contextos clínicos e perioperatórios (de média e alta complexidade). São consideradas ainda metodologias que tenham a prática e a literatura baseadas em evidências como fundamentais no desenvolvimento de protocolos e procedimentos voltados a estes diferentes perfis de grupos humanos. Tais estudos poderão ser conduzidos em ambulatórios clínicos e cirúrgicos, unidades de internação, de terapia intensiva, centros cirúrgicos, unidades de recuperação pós-anestésica, hospitais-dia e de reabilitação.